A ultima prova que vale....
O SACRIFÍCIO DE ITSCHAC, o décimo teste. O ultimo teste...
Na nossa Parashá D’us pede a Avraham: “toma, por favor, o teu filho ..... e sacrifica-o”.
Sabemos que Avraham teve que passar por dez testes; este é o décimo.
Nossos Sábios nos ensinam que, se D’us se dirigiu a Avraham pedindo-lhe que obedeça - “toma, por favor...” - é porque havia uma razão bem precisa. Ele queria dizer: “Eu impus a você numerosos testes e você os venceu; passe também por este para que não digam que os primeiros não valiam nada”. Isto significa que D’us pede a Avraham para aceitar o teste do sacrifício de Itschac e para vencê-lo para que não pensem que os precedentes não tinham nenhum valor.
Impõe-se uma pergunta. Mesmo se Avraham não tivesse vencido esta última prova, que era a mais difícil, porque isso teria significado que as precedentes, mais fáceis, não valiam nada? Apesar de tudo ele as havia vencido!
Por outro lado, o primeiro teste que Avraham enfrentou foi ter sido jogado no fogo por ter quebrado os ídolos do seu pai, Terach. Esta prova não teria sido tão grande quanto o sacrifício de Itschac?
Eis a resposta. Quando vemos um judeu prestes a sacrificar sua vida para D’us, podemos pensar que ele não o faz somente porque D’us o pede mas porque ele mesmo entende que é obrigado a fazê-lo.
Por exemplo, com respeito ao teste em que Avraham é atirado no fogo, poderíamos dizer que se ele está disposto a sacrificar sua vida é porque ele compreendia que precisava fazer saber a todos que D’us existe. Quer dizer que a inteligência de Avraham o obrigava a agir deste modo!
Não podemos, entretanto, dizer o mesmo para no teste do sacrifício de Itschac. No teste do sacrifício de Itschac ninguém estava presente exceto Avraham e Itschac. Além disso, Avraham queria ter um filho que continuasse o seu trabalho de fazer com que todos conhecessem D’us. E apesar disso, ele tinha que sacrificá-lo, ele próprio. Estranho paradoxo. Avraham adotou uma atitude contrária à sua natureza, fundamentalmente boa; ele agiu contra sua natureza de Chessed, bondade, para fazer o sacrifício do seu filho único, o mais amado, Itschac. Este sacrifício, que era um ato fisicamente cruel (um ato de guevurá = severidade), ele o fez só porque Hashem pediu, sem procurar compreender. Quem continuaria, então, o seu trabalho? E Hashem não prometera fazer dele uma grande nação? e agora lhe pedia para sacrificar seu descendente? Isso demonstra que Avraham estava pronto para se sacrificar, mesmo quando sua inteligência lhe dizia para fazer o contrário.
É por isso que, ao vencer esta última prova, ele mostrou que as precedentes também tinham valor. Avraham não as havia aceito porque sua inteligência lhe dizia para fazê-lo mas sim por amor a D’us.
Este é um ensinamento para cada um de nós, descendentes de Avraham: devemos servir D’us e submeter nosso Ietser Hará, nossa inclinação para o mal. Avraham nos deu a força para isso ao abrir-nos o caminho.